quinta-feira, 21 de junho de 2012

Jesus, Salvador ou Produto?

Quem de nós não conhece a passagem bíblica em que Jesus, vendo mercadores dentro do Templo os expulsou a chicotadas, dizendo que ali era a casa de Seu Pai? É um texto muito conhecido e usado em pregações. Mas refletindo sobre isso, me pus a pensar se isso também não está acontecendo em nossas igrejas atuais.

Lembro-me que quando criança, tudo era pecado, tudo era proibido. E falar o nome de Jesus na Escola Dominical causava silêncio, respeito e até temor por parte dos alunos. Hoje tudo mudou. O mundo evoluiu, e a igreja “entrou na onda”. Agora nada é pecado. E Jesus? Parece que muitos perderam o respeito. Jesus virou um rótulo bonito para fazermos propaganda de nossa igreja. Também me lembro que crente era visto como alguém que não tinha motivos para chorar. Hoje quem está dentro da igreja vive choramingando. Lembro-me também de que íamos a igreja ouvir a voz de Deus falando conosco, por mais dura que fosse a mensagem.

Hoje, muitos vão a igreja esperando ver uma espécie de circo. Querem ver anjos voando, pastores gritando mais do que a garganta pode suportar e outras bizarrices. Só assim o culto é proveitoso. Mas quando chega a segunda-feira, esquecemos de tudo o que foi pregado. Houve mais movimento do que conteúdo. Jesus foi usado apenas como a colher que mexe o caldeirão.

Alguém pode estar lendo esse texto indignado, dizendo que estou sendo hipócrita e que a igreja é um lugar de se louvar a Deus. Sim, a igreja é um lugar santo, onde devemos nos reunir para louvar a Deus. Mas atualmente, tem gente que vai para a igreja mais para mostrar seus talentos do que para louvar.

Em cada esquina achamos uma igreja, isso é bom. Mas acabou virando um comércio. A igreja que tiver o produto mais bonito será aquela onde uma grande quantidade de pessoas se congregará. E se depois de um tempo, ficarem entediadas, é só trocar de igreja, opção é o que não falta.

Depois de tudo isso, ainda evangelizamos e exigimos respeito das pessoas que não são crentes. Como se estivéssemos sendo diferentes e mostrando como o nosso Deus pode mudar nossas vidas.

Céfora Carvalho

domingo, 10 de junho de 2012

A Política Brasileira do “Pão e Circo”

As formas usadas pelo governo para calar a população vem trazendo polêmica desde a Antiguidade. Seja regime monárquico ou democrático, sempre haverá revoltas e discordâncias de opiniões, ou seja, sempre defenderemos nossos próprios interesses. Apesar de os mais pobres serem a maioria, esses sempre saem perdendo no “jogo da vida”. São de fácil manipulação e não sabem defender seus direitos de forma realmente organizada.

Não se trata de algo da atualidade, mas de fatos históricos que se repetem, já que esse tipo de coisa vem acontecendo há muito tempo. Para fazer com que a população parasse de se revoltar, o governo romano adotou uma política que ficou conhecida como “Política do Pão e Circo”. Para fazer com que o povo se calasse, eles faziam grandes espetáculos no Coliseu, onde colocavam os Gladiadores (homens que, em sua maioria, eram pessoas comuns que desobedeciam as leis injustas da época) para lutar com animais. Era uma diversão sangrenta, mas a violência fazia parte da cultura romana. Durante o “espetáculo”, eles distribuíam pães para a população que, entretida com o show, esquecia os problemas sociais e a falta de assistência do governo, voltando feliz e satisfeita para casa. Parece algo absurdo se contado hoje, e pode ser que alguns estejam pensando como a população se deixava levar por coisas tão banais. Esses mesmos não param para pensar que no Brasil acontece a mesma coisa. Quem nunca reclamou do governo ou da situação de sua cidade? Mas porque isso não muda? Por que poucos são os que conseguem mudar a situação de seu país?

Somos tão atuais, mas não notamos que estamos sendo tratados com a mesma política da Roma Antiga. A mídia nos proporciona lazer, com novelas, reality shows, entre outros. E o governo adora fazer festivais onde milhões de pessoas se divertem comendo, ouvindo música ao vivo, entre outras coisas. Isso tudo é muito bom, mas em que isso melhora a nossa situação? Como nos tornaremos um país de primeiro mundo se a população liga mais para diversão do que para educação? Como nos tornaremos um país de primeiro mundo se só temos slogans bonitos e não os colocamos em prática? Dizemos que o Brasil vem evoluindo, que país rico é país sem pobreza, mas a nossa realidade transcende essas belas frases de efeito. Ainda temos muita miséria intelectual, e essa é a mais difícil de acabar.

Não podemos colocar toda a culpa no governo, já que, acredito eu, o que falta para a população é vontade de mudar e lutar por seus direitos.

Céfora Carvalho


 

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